quarta-feira, 25 de junho de 2008

O CACH não te representa? Que confortável! - por Vermelho Final

Ao pensar sobre os problemas enfrentados por nós no iefeceagá, é nítida a precariedade do movimento estudantil. Tão magra é a mobilidade dos nossos professores. E quanto aos funcionários, enfim, para alguns, eles ficaram no século passado e por isso não cabem as discussões. Entre o Neoliberalismo e as mudanças necessárias para o pensamento acadêmico, ficamos perdidos diante da possibilidade fazer parte de jogos de interesse sem que estejamos interessados neles.
“O CACH não me representa!”, ouvimos muito por aí. E a resposta: “Nossas reuniões são abertas e democráticas e todas as terças-feiras, etc., etc., etc.” Feito este desentendimento, a mesmice vence e a luta por melhorias não vinga. O CACH não se responsabiliza pela não-participação dos discentes e, estes, por sua vez, justificam sua inércia pela não-representatividade ou pelas divergências com a entidade. O resultado é uma insatisfação geral encoberta pela ausência de responsabilidade dos outros e da impotência de cada um perante ela.
Esse fato ficou claro quando um estudante do segundo ano resolveu lavar a roupa suja de sua categoria, em meio ao Fórum chamado pelos professores para discutir os problemas das Ciências Sociais na UNICAMP. Daquilo que se estava proposto para a discussão, ficamos discutindo a relação entre professores e discentes, o que se apresentou como um dos primeiros problemas a serem resolvidos no instituto.
Ficou nítida uma outra precariedade, o canal de comunicação institucional entre estudantes e professores. Mas, esse problema, ninguém vai resolver! Sabe porquê? Porque para algumas das forças políticas que disputam o CACH, é confortável que poucos estudantes participem e saibam o que realmente pensam os professores, porque assim, é mais fácil de se jogar. E me impressiona que os estudantes que querem construir o CACH, tenham acreditado que não são responsáveis por essa não participação, ou pelo menos, pelo crescimento dela. Isso conforta?
Porque eu tenho certeza que aos professores conforta. E a declaração sincera do estudante, mas ao meu ver, descabida naquele momento, deu a deixa necessária para que os professores nos responsabilizassem pelas dificuldades de organização e mobilização do ifch. A nossa desorganização é confortável! Não porque nossos professores querem “vender a universidade”, ou “não estão nem aí para ela”, mas porque eles podem decidir sozinhos, de forma mais livre e despreocupada, os rumos do instituto ou das ciências sociais, apoiando-se, para isso, em uma razão meritocrática. Um mérito que se deve, ao meu ver, menos às suas experiências e capacidades, que às nossas insuficiências.
Por isso, sugiro que deixemos um pouco de lado nossas ferocidades às políticas do FMI, que são reais e muito grandes para caberem em qualquer discussão. Isso pode “também” ser discutido, mas a estrutura “democrática” do CACH, assim como qualquer estrutura democrático burguesa, permite a ocultação das reais posições e da desproporcionalidade das forças políticas que participam do debate, o que fomenta discussões mecanicistas, que exercem de forma autoritária um moralismo besta, que aponta quem é “esquerda” ou “direita” e compromete o desenvolvimento real das nossas lutas.
É sobre isso que espero falar na próxima edição deste maravilhoso panfleto, que diga-se de passagem, tem um nome lindo! O Cantineiro!

7 comentários:

Anônimo disse...

OPA!!!! virou panfleto e nem me avisaram? Como assim?? Pelo bem e pelo mal ainda era uma palhaçadinha de humor. Façam um favor aos leitores e a vocês mesmos: nunca transformem essa joça em panfletos mais do mesmo. Por mais que seja tentador. Por mais que você ache que é certo dizer certas coisas. Reajam à panfletarização da vida acadêmica.

Anônimo disse...

Free Willy is free!!!!

Dansbodhi disse...

Concordo com não virar panfleto, mas não estamos fazendo apenas humor por fazer...

Anônimo disse...

existe fazer humor por fazer?

Anônimo disse...

é como sexo...

Anônimo disse...

Então só o ator pornô, ou um pornófilo, faz sexo? E só o humorista faz humor? E só o político faz pólítica?
E se o pornófilo quiser fazer sexo bem humorado, e o político enfiar sua politica pelo *? De que fará graça o humorista, nêga?

Anônimo disse...

é como diria meu pai beato salu vulgo seu salustiano, sexo politica e humor é isso ae...