segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Vão - por João Campos Nunes

Ela vinha então vindo mais que sorrindo tão depressa que nem percebestes que já ia partindo, se despedindo, nem ficou talvez.

O coração que saltitava contente, a tino, de tanto que vibrou ficou doente, a boca que salivava secou de repente no escárnio do destino que tornou ausente a sensatez.

O dia que já ia raiando, o céu se amarelando, o orvalho escorregando já foi se acabando, a aurora se estrangulando, se deteriorando, já era noite outra vez.

Eu que estava sendo e tendo o mais que pretendo mal vi que já estava morrendo, se perdendo no que não entendo, e o nada voltou a ocupar tudo, como sempre fez.

Um comentário:

Anônimo disse...

João Nunes é genial... parece até bossa nova...