sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Carta ao Ópio - por Said Leoni

Preciso do seu ópio
Oh! Dama das Índias
Viciei-me no doce cheiro
Da flor da papoula
Que enfeita suas vestes
Quão linda dama
Em qual veneno me banha
Seus lindos cabelos?
- que dor –
jeito estranho que me envolve
me hipnotiza
me alucina
nesta dança que não termina
gira-gira
e fico tonto
e vomito na sarjeta
o que não acabou
se estou bêbado
é a abstinência
de seu corpo
sua boca
e a distância que nos separa
meio metro
fogo e enxofre
um caminho de inferno
rumo ao paraíso
quero uma overdose
ópio puro da minha mente
- estou doente –
delirando
definhando
imóvel em lamento
a espera de uma nova dose
da tortura
por não ter ficado longe...

por ultimo lhe peço
que nunca me deixe
nem ao menos em pensamento
esquecer o gosto
de uma dose de seu sorriso
de uma dose de sua voz
de uma dose de seus olhos
a me olhar
ao menos...
obrigado.

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